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BlogDiário de Viagem.

Lançamento do Website - Salvador - 18/05/2014

Olá pessoal, hoje (18/05/2014), estamos lançando o website sobre nossa viagem Salvador-Alaska. Convidamos vocês a participar desta aventura!



CAFÉ DE DESPEDIDA - Meu Café da Manhã, Amélia Rodrigues, dia 14/06 - 10/06/2014

Amigos, esperamos contar com todos vocês para a nossa despedida, dia 14/06/2014. Nos reuniremos às 06:30h no Rei da Pamonha de Simões Filho, de onde sairemos às 07:00h para o Meu Café da Manhã em Amélia Rodrigues, a 65Km do ponto de encontro. Será uma festa! Abraços, Pinho e Hélder.



Encontro para o Café e despedida - Rei da Pamonha, - 14/06/2014

Olá pessoal, a emocionante despedida que vocês nos proporcionaram nos encheu ainda mais de energia para vencer o desafio de ir até ao Alasca de moto. Chegamos hoje a Brasília por volta das 18 horas e estamos mantendo a velocidade média de 90km/h, contando com as paradas. As motos estão se comportando muito bem. Obrigado a todos que compareceram para a despedida.



SALVADOR A IBOTIRAMA: 671Km - Brasil - 14/06/2014

Juntamente com as nossas famílias, fomos acompanhados por cerca de 40 amigos motociclistas, em um emocionante cortejo até Amélia Rodrigues, de onda saímos às 10:00h rumo ao Alasca! Seguimos até Ibotirama, onde chegamos às 18:20h para nossa primeira noite desta jornada. OBS: todas as distâncias relatadas em nosso diário, são as efetivamente percorridas e informadas pelo GPS.



IBOTIRAMA A BRASÍLIA: 807Km - Brasil - 15/06/2014

Saímos de Ibotirama às 07:10h para Brasília e optamos seguir via Santa Maria da Vitória, por uma estrada secundária, (com acesso a 58Km de Ibotirama, no Limoeiro, Povado de Muquém do S. Farancisco) que não apresenta o intenso trânsito de caminhões encontrado via Luis Eduardo Magalhães. Além do menor movimento, evitamos também os fortes ventos laterais que costumam soprar na BR 020. Sem qualquer contratempo, chegamos ao Hotel em Brasília por volta das 18:20h. À noite recebemos mensagem no email do nosso site de Omar Gerolim, motocilista de Brasília, que muito gentilmente se prontificou a nos ajudar e foi ao nosso encontro no Hotel. Combinamos para sairmos juntos no dia seguinte para troca de óleo da moto de Helder.



BRASÍLIA - Brasil - 16/06/2014

Tempo para descanso. Percebemos que havia bagagem em excesso e providenciamos a primeira "limpa" de roupas e outros objetos que poderiam ser dispensados; esta redução significou encher completamente o baú traseiro da moto de Helder, que foi entregue aos sobrinhos Kim e Mile, para, carinhosamente, enviarem a Salvador. Primeira lição importante: verificar, verificar e verificar os ítens a serem levados na bagagem. Brasília, como as demais cidades-sede da Copa, está com problemas no trânsito devido ao fechamento de avenidas, mas a presença de Omar foi importante para nos guiar. Após a troca de óleo, fizemos um rápido city tour aos locais de praxe nesta cidade.



BRASÍLIA A PRIMAVERA DO LESTE: 936Km - Brasil - 17/06/2014

Acordamos às 05:00h com intenção de sairmos às 06:00h para um trajeto estimado em cerca de 1000Km até a Chapada dos Guimarães, mas somente deixamos o hotel às 08:10h, após passarmos o estresse de termos perdido o nosso GPS rastreador. Após procurar na bagagem, movimentamos todo o pessoal do Hotel para procurar o dito aparelho, já que na noite anterior havíamos trocado de quarto devido a problemas no encanamento da pia e pensamos que poderia ter ficado lá. Ocorre que naquela madrugada o apartamento foi ocupado por outro hóspede, que ainda dormia, e estavam tendo problemas para acordá-lo. Foi muito desanimador imaginar que a vedete da viagem teria se perdido; já estávamos muito tristes quando perguntei a Helder: já verificou nos bolsos da sua jaqueta? Ele meteu a mão no primeiro bolso esquerdo e nada, depois no bolso direito e então me abraçou dizendo "Ô Pinho..." O abraço foi tão desanimado que não entendi que ele havia encontrado a nossa vedete!! Além do desaparecimento do rastreador, o trânsito de Brasília nos atrasou bastante, já que era hora de pico e o acesso à rodovia somente foi aberto às 09:00h. Omar nos havia orientado no dia anterior por quais cidades passar, para evitar rodovias com muito tráfego, mas por um erro de navegação e placas com informação deficiente, rodamos cerca de 100Km a mais para voltar à rota correta; isto nos atrasou ainda mais e nos obrigou a pilotar por cerca de duas horas à noite até alcançarmos Primavera do Leste, Mato Grosso, às 20:15h, cidade bastante desenvolvida devido ao agronegócio.



PRIMAVERA DO LESTE A CHAPADA DOS GUIMARÃES: 182Km - Brasil - 18/06/2014

Após o estresse e cansaço de ontem, dormimos até mais tarde e somente deixamos o hotel às 10:00h com destino a Chapada dos Guimarães; estrada boa, chegamos às 14:00h e rapidamente fomos ao centro da cidade onde alguém nos indicou um hotel recentemente inaugurado chamado Casa da Quineira; este hotel era uma casa de veraneio que foi reformada e apresenta uma decoração e instalações de primeira, porém os preços estavam muito acima dos nossos objetivos para a viagem. Propomos então ao proprietário um desconto em troca de colocar sua logomarca na nossa homepage; ele aceitou, mas na realidade lhe demos muito mais: um vídeo institucional excelente que foi filmado e editado por Helder em pouco mais de uma hora e postado no youtube. Bagagem instalada, fomos passear pelos locais mais próximos: Cachoeira Véu de Noiva, queda d'água com 80m de altura em um vale belíssimo; almoço na Cachoeirinha onde a água estava muito fria - cerca de 10 graus - que parece também ter entorpecido o pessoal da cozinha, pois nosso almoço foi servido mais de uma hora após o pedido! Por último, um morro chamado SINAT, com visão de uma grande área, inclusive de Cuiabá, de onde apreciamos um fantástico por-do-sol!



CHAPADA DOS GUIMARÃES, MT A VILHENA, RO: 919Km - Brasil - 19/06/2014

Saída do hotel às 07:45h sob intensa neblina, mas um vento forte ajudou a dissipá-la mais rapidamente. A descida da Chapada em direção a Cuiabá tem muitas curvas, onde encontramos muitos motociclistas em direção contrária. Nos arredores de Cuiabá tomamos a estrada MT 010 para evitar a BR 070, via Cáceres, já que esta apresenta pesado trânsito de caminhões. A intenção inicial era dormirmos em Cacoal, porém uma informação errada de um motorista de caminhão, contrariando o que o GPS nos indicava, e outra de um policial da PRF muitos quilômetros depois, nos obrigaram a percorrer cerca de 180Km a mais. Este dia foi torturante: muito calor, pedágio por passar em terras indígenas e poucos postos de gasolina nos fizeram parar com mais frequência que o habitual, mas ainda assim conseguimos chegar em Vilhena 919Km depois, já no estado de Rondônia, às 19:00h. Interessante observar que são famosos os casos de mapas de GPS incompletos que já trouxeram muitos problemas para os usuários, por isso devemos sempre buscar informações complementares com os locais e / ou mapas impressos, mas o que ocorreu neste dia foi muito diferente; as informações erradas vieram de pessoas que teoricamente deveriam saber onde estavam. Observe no mapa ao lado (clique para ver o mapa ampliado no rodapé): a linha em vermelho mostra o trajeto traçado pelo GPS e o cinza o que de fato percorremos.



VILHENA A PORTO VELHO: 720Km - Brasil - 20/06/2014

Os erros induzidos de ontem nos fizeram ficar mais tempo na estrada, porém o lado positivo é que possivelmente não chegaríamos a Cacoal, a 200Km de Vilhena, durante o dia, já que a estrada está ruim desde Vilhena até Porto Velho. Novamente grande sofrimento durante a viagem devido ao extremo calor e humidade, como era de se esperar, afinal já estamos em plena selva amazônica! Quero dar minha opinião acerca das roupas de proteção que os motociclistas usam: mais comumente se veste couro, que eu particularmente não gosto, ou tecidos sintéticos, sendo o mais comum, por ser impermeável, o Cordura. Para esta viagem, resolvi comprar um conjunto de jaqueta e calça de Cordura - marca Dainese - por combinar resistência à abrasão e proteção para chuva, mas tenho sofrido demais com o calor feito até aqui; a roupa é muito, muito quente e desconfortável para se usar durante muitos dias seguidos, notadamente em nosso clima. Sou adepto de uma confortável calça jeans, uma resistente jaqueta e a velha e conhecida capa de plástico para a chuva. Chegada a Porto Velho, no Hotel, às 17:20h.



PORTO VELHO, RO - Brasil - 21/06/2014

Pausa para descanso em Porto Velho, que sofreu muito com uma recente inundação devido a cheia do rio Madeira. As marcas da água atingiram em alguns locais quase 2 metros, como no museu da linha férrea Madeira-Mamoré, que está quase destruído, com muita lama ainda; uma pena ver os trens e outras peças antigas no estado em que estão e não se vê qualquer ação dos governos para sequer limpar o local. A estrada foi construída entre 1907 e 1912, coordenada pelo americano Percival Farquar, e extendia-se por mais de 360Km na selva amazônica. Após enorme esforço para a sua construção, com morte devido a malária de centenas de trabalhadores, a estrada de ferro foi desativada em 1966. Em Porto Velho aproveitamos para lavar as motos e construir uma peça para as manetes do acelerador para facilitar mantê-lo tracionado com a palma das mãos, pois já estávamos com os punhos e dedos da mão direita doendo; eu vinha pensado em fazer algo com madeira e prender com fita adesiva e falei isto para Helder; ele gostou da idéia, a aperfeiçoou e construiu algo com abraçadeira para tubos, é feia mas a "traquitana" cumpre o seu papel! Observamos ao longo do trajeto, que os frentistas da região norte não primam pela fidelidade das informações, que via de regra sequer sabem qual a próxima cidade, que algumas vezes estão a menos de 100km de onde vivem. Em Porto Velho também sofremos com informações deficientes, pois muitos moradores, inclusive os recepcionistas do hotel, não sabiam responder ou orientar como chegar a um restaurante que está a apenas 2 quadras de distância! Hoje é um dia especial: aniversário de Helder e de Marcinha, minha esposa. Parabéns aos dois!!



PORTO VELHO, RO A ASSIS BRASIL, AC: 505km - Brasil - 22/06/2014

Acordamos com muita energia para seguir para a última cidade brasileira da viagem: Assis Brasil, fronteira com o Perú. Deixamos o hotel às 07:40h e depois de termos percorrido cerca de 25km, ainda sob neblina, Helder gritou desesperado pelo rádio (scala rider GX9) "Pinho, minha carteira, não sei onde está!!", retornamos imediatamente para o hotel, enquanto eu tentava tranquilizá-lo. Na realidade era uma mochila onde ele guardava o seu dinheiro e para felicidade de todos, ela estava no quarto, no local onde havia escondido, ufa!! Escondeu tanto que esqueceu onde colocou. Retomamos para o nosso destino às 08:30h, via BR364, que apresenta muitos trechos completamente sem asfalto, com lama e terra (vejam os videos). Sem dúvida foi muito acertada a decisão de Helder - sob pressão - de abandonar a idéia de vir de moto "custom". Numa viagem muito longa, principalmente quando não se sabe a qualidade das estradas, creio que as motos "custom" não são apropriadas. Houve um momento, em um trecho sem asfalto, que ouvi novamente o grito de Helder, "porra, quase voei!!" Não, não era sobre a velocidade que ele se referia e sim acerca de um enorme buraco, seguido de uma depressão, de onde ele quase foi "ejetado" da moto; as suspensões da valente GS seguraram o tranco e evitaram a queda. Duas horas após a nossa saída de Porto Velho, atravessamos o rio Madeira de balsa onde encontramos um garoto muito simpático que vendia deliciosos sorvetes de frutas da região; foi em boa hora, pois o calor estava demais: o termômetro da moto marcava 35 graus. A selva amazônica é linda e intimidadora, mesmo trafegando em estradas às suas margens. Até hoje nada de especial ou novo em termos de culinária, mas não poderia ter deixado de notar a mudança do perfil antropológico; a maioria das pessoas agora com características de índio. Chegada a Assis Brasil às 17:00h (hora local, menos duas em relação a Brasília). Antes de entrar na cidade há um posto da polícia e da receita federal, para onde nos dirigimos para tentar fazer os trâmites de exportação provisória das motos, já que elas sairão por meios próprios e voltarão de navio, e neste caso nos foi informado, ainda em Salvador, de que necessitaríamos de um documento chamado DSE (Declaração Simplificada de Exportação). O inspetor da receita, muito solícito e educado, nos informou que tal documento não seria necessário. Com a informação de que dispunhamos, insistimos com ele da sua necessidade, então ele fez cópia dos nossos documentos e das motos e pediu para que voltássemos em uma hora; fomos então até ao centro da cidade em busca de alojamento. Pensem em uma cidade que é o início da Rodovia Transoceânica, mas sem qualquer tipo de estrutura para ser sequer ponto de apoio ao viajante; somente possui uma pousada razoável (Renascer), mas estava lotada; as duas outras nem pensar! Voltamos à receita para receber a DSE preocupados em onde dormir; lá chegando o fiscal já tinha indo embora e deixou com um policial a cópia de um documento com as regras para exportação provisória e um recado dizendo não ser necessário a tal DSE; consultamos por telefone o pessoal da Neo Brail Trading em Salvador, que por outro lado consultou outro fiscal da receita, que confirmou da necessidade do documento. Imaginem a nosssa situação! Já noite, resolvemos ir buscar alojamento e voltar no dia seguinte para tentar obter a DSE.



IÑAPARI a MAZUCO: 402Km - Perú - 23/06/2014

Enquanto estávamos na receita conhecemos um taxista que nos orientou a ir dormir já do lado peruando, em Iñpari, separada de Assis Brasil por uma ponte, onde haveria uma pousada melhor. Ele no levou até lá, que fica logo após a ponte e antes do posto da aduana peruana, em uma pousada chamada Hospedaje Milagritos; básica, sem café da manhã, porém limpinha e com o proprietário muito educado. Voltamos às 07:30h para Assis Brasil para tomar café em um boteco qualquer e às oito seguimos para a receita para conversar com o fiscal. Após muita conversa e espera, conseguimos o DSE, mas o fiscal nos afirmou que não seria necessário, mas nos forneceria o documento por sermos "gente boa". A espera nos custou 3 horas, mas creio que valeu à pena; agora viajaremos tranquilos em relação a documentação das motos, quando estas forem embarcas para o Brasil no final da nossa aventura. A burocracia peruana foi relativamente rápida; são necessários basicamente dois passos: 1. Preencher um documento com os seus dados pessoais, ter o seu passaporte carimbado e receber um documento chamado TARJETA DE MIGRACIÓN, que nos foi dito para não perder. 2. Internar as motos no Perú: solicitam cópias xerox da carteira de motorista, passaporte e o documento de propriedade da moto. Feito isto recebemos um grande plástico com os dados da moto para ser fixado na bolha (pára-brisa) que eles chamam de SUNAT. Um policial deste posto nos informou que deveríamos em Puerto Maldonado ir à SUNAT (o Detran deles) para pagar um imposto, similar ao IPVA. Perquntei se poderia pagar ali mesmo, ele negou e insistiu que deveríamos fazê-lo em Puerto Maldonado. Iniciamos então a rodar na rodovia Transoceânica, construída parcialmente pela Odebrecht, que liga Assis Brasil ao Porto de Callao em Lima; esta rodovia tem como principais objetivos integrar os dois países e, principalmente, levar os produtos brasileiros do noroeste para o pacífico, para exportação para o oriente (China). Estrada de boa qualidade, porém com muitos quebra-molas, onde a 144km da fronteira, em Mavila, fizemos o primeiro abastecimento com gasolina peruana, já medida em galões, ao custo de aproximadamente R$ 2,82 / litro; gasolina com 85 octanas, de verdade! Chegamos a Maldonado às 14:50h, almoçamos em uma bodega, e fomos ao SUNAT para pagar o imposto; Helder entrou e esperou cerca de 15min para ser informado que não seria necessário pagar nada... Seguimos em frente em direção a Mazuco; meia hora depois da saída de Puerto Maldonado, Helder, num posto de gasolina, percebeu que estava sem a sua carteira. Nova ansiedade, e lá vamos nós de volta para Maldonado até o SUNAT, onde ele havia esquecido a carteira com todos os documentos e cartões de crédito, que felizmente o funcionário achou e a entregou. O trecho de Maldonado a Mazuko foi muito difícil, pois foi feito a maior parte à noite, com muitos animais na pista (presenciamos dois atropelamentos de vacas), e pequenas cidades com muitos loucos com moto-táxi, tipo romiseta, circulando sem seguir nenhuma regra de trânsito e muitas delas sem qualquer iluminação! Para piorar, enfrentamos a subida de uma montanha com curvas insanas. Hospedagem em Masuko no Hotel Búzios, único de boa qualidade, onde estacionamos as motos no saguão do hotel.



MAZUKO A CUSCO: 311km - Perú - 24/06/2014

Saída de Mazuko às 07:00h sob chuva, muito frio e sem café da manhã. Até o momento não vimos qualquer posto de gasolina com estrutura de alimentação. Seguimos cerca de 100km sob forte chuva na selva amazônica peruana, em estrada com lama devido aos deslizamentos de terra, óleo de caminhões e curvas, muitas curvas, até encontrarmos um pequeno vilarejo onde paramos para o café da manhã: galinha frita, arroz e feijão... Trecho muito perigoso, onde a moto de Helder escorregou algumas vezes devido aos pneus que está utilizando, o Michelin Anakee 3; a instabilidade deste pneu já havia sido informada por um amigo, Jadier Turco, mas Helder não teve opção de colocar outro melhor antes da viagem. Após a selva amazônica começamos a subir a Cordilheira dos Andes: uma indescritível beleza da natureza, com a estrada com incontáveis e perigosas curvas, caminhões se espremendo para não ultrapassar para a outra faixa, o que quase nunca conseguem, tornando a sua subida algo grandioso e muito perigoso; além disso há o mal das alturas, ou Soroche, que nos afetou bastante causando-me muita tontura e a Helder uma certa falta de ar, após atingirmos 5000 metros de altitude num local chamado Alto de Ausangate; não preciso falar do frio... Paramos um pouco para descansar próximo aos arredores de Urcos, onde conhecemos a simpática família Rivas; a Sra Jonny comprou dos locais e me ofereceu um saco com folhas de coca para eu mascar; pus algumas folhas na boca, o que me fez um pouco melhor. Chegamos a Cusco às 18:30h, exaustos e eu muito mareado. No hotel tomei um pouco de chá de coca, sem qualquer melhora. Senti-me melhor quando tomei alguns comprimidos de plasil e um remédio local, e principalmente após um descanso; o que de fato é o mais importante para o seu organismo se acostumar com a altitude.



CUSCO E MACHUPICCHU - Perú - 25/06/2014

Tempo para descanso e conhecer as belezas locais. Cusco, a capital central do império Inca, destruido pelos espanhois, é muito movimentada por turistas, possui muitos bons restaurantes, onde começamos de fato a conhecer a famosa e boa culinária peruana, e um centro histórico belíssimo e muito bem conservado, com construções de arquitetura espanhola, algumas erguidas sobre base de pedras enormes que sobraram das edificações Incas. O artesanto muito rico, e colorido, com roupas típicas feitas com pêlos de animais locais (Vincunha e alpaca). No hotel onde ficamos, apesar da gentileza e apoio dos funcionários, não havia água quente suficiente para um único banho; além disso, e apesar das baixas temperaturas nesta região, não é comum haver calefação nos hoteis medianos. Para se ter uma idéia do nosso sofrimento, na primeira noite a temperatura na madrugada foi de 5 graus. No dia 26 fomos conhecer Macupicchu; saimos do hotel às 07:00h e fomos de carro com destino a Allanta de onde tomamos um trem até Águas Calientes, e de lá de ônibus até Macupicchu, numa viagem com duração total de cerca de 03:00h. Que lugar fantástico! Inacreditável como os Incas com ferramentas de pedra e sem máquinas para mover blocos enormes, conseguiram edificar uma cidade em local de dificílimo acesso, para fugir do invasor espanhol. Retornamos para o hotel às 21:00h para arrumarmos as malas para seguir viagem no dia seguinte.



CUSCO A PUQUIO: 500Km - Perú - 27/06/2014

Hoje faz 18 dias que deixamos as nossas rotinas diárias para criar e adaptar-nos rapidamente às novas: pequenas mudanças, como deixar de fazer a barba todas as manhãs para barbear-me na noite anterior e ganhar tempo na manhã seguinte, arrumar e desarrumar a bagem todos os dias, checar itens básicos da moto, dormir cada noite em uma cama diferente, etc, etc, são aspectos aparentemente simples, mas que ajudam a tornar a viagem mais cansativa. Deixamos Cusco numa fria manhã, às 07:20h com intenção de dormir em Nazca, 660Km de distância, mas a Cordilheira do Andes nos esperava com mais surpresas e suas belezas inóspitas: elevadas altitudes, mudanças rápidas de temperatura e estrada com inúmeras e perigosas curvas. Poucos quilômetros depois de Cusco começamos a descer rapidamente os Andes e com a descida a temperatura subia dos 7 graus para cerca de 27 graus em cerca de uma hora, para depois voltarmos a subir até atingirmos cerca de 4.000m de altitude e a temperatura voltar à casa dos 8 graus em um altiplano belíssimo, onde vimos áreas de criação de Lhamas e cabras. Paramos algumas vezes para fotos e para almoçar, além dos abastecimentos nos "grifos"(nome dos postos de gasolina no Perú,) até percebermos que o sol baixava rapidamente o que tornou a direção ainda mais perigosa pois estava no ofuscando muito. Resolvemos parar na próxima cidade, Puquio, a 500Km de Cusco; andamos muito pouco para 12 horas de viagem. Pelas características da pequena cidade, procuramos logo pela melhor pousada e encontramos uma com garagem para as motos e, segundo o porteiro, com água quente: duas únicas exigências nossas. A garagem de fato existia, já a água quente... Banho básico e saída para jantar o velho e conhecido pollo com papas fritas. Fomos dormir exaustos! É interessante observar que em todo o Perú as pessoas não informam, jamais, as distâncias e sim o tempo médio que se leva de uma cidade para outra; isso é compreensível, já que mesmo com veículos mais velozes não se consegue fugir muito das médias dos ônibus, de onde tiram o tempo de viagem, devido ao terreno muito acidentado.



PUQUIO A LIMA: 602Km - Perú - 28/06/2014

Novamente começamos a descer montanhas, já que Puquio fica a 3.226m de altitude e a temperatura variava muito; frio nas montanhas e muito calor quando começamos a nos aproximar de Nazca, cerca de 160Km depois. Paramos no deserto, próximo da cidade de Nazca, para apreciarmos as famosas linhas que são esculpidas no solo, que juntamente com a colocação de pequenas pedras bem arrumadas formam figuras de animais que somente são identificadas do alto. Nazca, além das suas figuras no deserto, cuja finalidade não se conhece claramente (alguns afirmam que seriam sinalizadores para pouso de naves extra-terrestres...) também é famosa por dar o seu nome à Placa Tectônica que choca-se com a Placa do Pacífico, causando a elevação da crosta terrestre e a consequente formação dos Andes. Seguimos adiante, quando Helder resolveu parar para entrar na areia do deserto com a moto para fazer mais fotos. Foi desaconselhado por mim, mas como todo aventureiro, quis ter a sua experiência. Não precisa dizer que atolou a moto e tive que empurrar para ajudá-lo a sair. Almoço em Ica, onde assistimos o final da partida entre Brasil e Chile, onde todos no restaurante estavam a favor da seleção canarinho, e vimos um pouco das desavenças regionais, já que os peruanos não gostam dos chilenos devido a questões fronteiriças. Avistamos o Oceano Pacífico aproximadamente às 16:30h, após termos rodado de moto cerca de 6.400Km desde Salvador!! Está inaugurada a Motovia Atlântico-Pacífico!! Chegada ao hotel em Lima à noite, após termos enfrentado um pesado transito na entrada da cidade.



29 a 30-06: LIMA - Perú - 30/06/2014

Nova pausa para descanso, lavar roupas, atualizar contatos via internet, etc No dia 30 acordamos tarde e somente saímos do hotel às 11:00h para vermos um pouco da cidade e, principalmente, fazermos a manutenção das motos: troca de óleo e conserto do mata-cachorro da moto de Helder; estas tarefas nos tomou toda a tarde e não foi possível apreciar muito a cidade, que aliás, não nos pareceu muito interessante, apesar de limpa e com muitos restaurantes com excelente comida. No porto de Callao, encerra-se a RodoviaTransoceânica, construida com interesse do Brasil em exportar os seus produtos da região Noroeste, para a Ásia. Ocorre que não vimos um único caminhão brasileiro em seu bonito, longo e penoso trajeto, e uma da razões é que não existe acordo entre os dois países para permitir o trânsito dos produtos brasileiros sem taxação peruana! Acho que esqueceram de colocar os embaixadores para conversar...



LIMA A CHICLAYO: 780Km - Perú - 01/07/2014

Saída às 07:00h do hotel sob fina e insistente garoa que nos acompanhou por horas; o trânsito mais intenso e caótico que nunca, associado a lama fina e preta nas ruas, a viseira do capacete embaçando e na periferia da cidade os constantes moto-taxi (tuc-tuc) invadindo sinal vermelho e cruzando pista dupla de um lado ao outro, fez da nossa partida de Lima simplesmente aterrorizante. As motos que tinham sido lavadas no dia anterior ficaram completamente sujas em poucos minutos. Poucos quilômetros de Lima, já na carretera Panamericana Norte, há um subida de montanha que estava sob densa neblina, que somente nos permita visibilidade de no máximo 10 metros, o que nos obrigou a seguir a muito baixa velocidade e com o pisca alerta ligado, única luz realmente visível dos veículos. Pssagem rápida para fotos por Chimbote, cidade portuária em uma bela Baia, com dezenas de barcos pesqueiros ancorados. Poucas horas depois Helder começou a reclamar de cansaço e mal estar pouco definido; paramos na estrada, ele lavou o rosto, colírio nos olhos e seguimos. Um pouco mais tarde, passando por um vilarejo, ele pediu para pararmos pois queria descansar um pouco; fomos até um bar onde ele deitou-se no chão e imediatamente dormiu profundamente, ressonando. Vários curiosos assistiam àquela estranha cena, quando dois jovens de cerca de 18 anos se aproximaram em uma pequena moto chinesa e começaram a fazer perguntas e a tirar fotos das motos com o celular. Com vontade de praticar o meu portunhol, me envolvi com a conversa com um deles enquanto o outro ,sorrateiramente, arrancou um dos símbolos da BMW no tanque, fato que somente percebi mais adiante numa parada para esvaziar a bexiga. Com Helder já recuperado da exaustão (pensou que seria fácil, irmão?), seguimos até a cidade de Chiclayo, onde chegamos às 19:30h: mais outra cidade com o trânsito caótico no Perú, onde sofremos para encontrar um hotel. Mesma rotina: banho, saída para jantar, voltar ao hotel e desmaiar.



CHICLAYO, PERÚ A HUAQUILLAS, EQUADOR: 540Km - Perú-Equador - 02/07/2014

Tivemos a sorte de, em todos os locais por onde passamos no Perú, encontrar pessoas de um modo geral educadas, simpáticas e curiosas quanto à nossa viagem. As paisagens são fantásticas, a estrutura de estradas muito boa, a comida deliciosa, mas é um país inóspito e pobre: selva amazônica, montanhas muito altas e deserto, o que talvez explique a sua pobreza, pois com geografia tão desafiadora para agro-pecuária e com poucos recursos minerais, associados a uma política típica da maioria dos países latino-americanos, inclusive um período recente de ditadura, tornam a situação muito difícil de vencer. O norte do país me pareceu ainda mais pobre, onde às margens da Carretera Panamericana tentam sobreviver vilas, muitas delas com aproximadamente 50 casebres de cerca de 3m quadrados cada, construidos com paredes de palha trançada (esteira no nordeste), sem água ou qualquer sinal de atividade econômica. Não precisamos sair do Brasil para ver pobreza, mas no norte do Perú ela parece muito mais agressiva. Uma pena. Antes passamos por uma cidade costeira chamada Mancora, para contato mais próximo com o Pacífico e algumas fotos da pequena enseada com barcos pesqueiros e muitas gaivotas no céu. Após andarmos cerca 540Km chegamos ao posto fronteriço Perú-Equador, aproximadamente às 16:20h. A estrutura da aduana é composta por um conjunto de prédios modernos, onde iniciamos o processo duplo em cada lado: a nossa saída e a saída das motos no Perú e nossa entrada no Equador, tudo feito quase ao mesmo tempo. Já a entrada das motociciclistas, curiosamente, se daria cerca de 10Km mais adiante e que demorou bastante, apesar da boa vontade e educação do fiscal: exigiram várias cópias dos nossos documentos e das motos, fotos do chassi e da placa, etc. Recebemos os documentos que permite a circulação das motos no Equador às 18:00h, o que nos fez retornar um pouco para dormir na cidade mais próxima, em Huaquillas.



HUAQUILLAS A MONTAÑITA - EQUADOR - 03/07/2014

Saímos cedo do hotel em direção a Quito, a 570Km de distância. É curioso, mas parece que aqui a geografia muda conforme os limites da fronteira, o que sabemos não ser assim; mas de fato é tudo muito diferente em relação ao Perú, a começar pelo biotipo: no Perú uma população com marcada feição indígena (Inca), exceção de Lima onde há uma miscigenação maior com o europeu, enquanto no Equador um perfil físico semelhante ao nosso; o clima, assim como a vegetação (nesta parte do Equador há selva amazônica) também muito diferente dos Andes e desertos peruanos e bastante semelhante à nossa floresta Atlântica. Cerca de 150Km depois de Huaquillas, estávamos nos sentindo tanto no Brasil, que passamos por uma pequena cidade à beira da estrada onde me pareceu ter visto, numa das barracas que vendiam comida, algo muito parecido com acarajé; falei alto para Helder, "você viu acarajé naquela barraca?" Ele respondeu, "é sim, não está sentindo o cheiro?" De fato, o odor característico do nosso famoso acarajé estava no ar... As semelhanças não pararam por aí: logo depois vimos plantações de cacau e o seu perfume delicioso, o que me fez lembrar da minha infância em Itabuna. Ao contrário do "vento no rosto" ou a "sensação de liberdade", para mim, um dos maiores prazeres em viajar de motocicleta é poder ir percebendo os diferentes odores por onde passamos: fumaça de caminhão, chão molhado pela chuva, plantações diversas, etc, etc. Ao pararmos para fazer o primeiro abastecimento, cerca de 300Km de Huaquillas, fomos beber água e comer algo na pequena loja do posto, onde iniciamos conversa com a garçonete que nos falou muito bem de uma cidade chamada Montañita na costa, próximo à cidade de Guayaquil, uma das mais importantes cidades do Equador; falou tão bem, que nos influenciou a deixar a nossa rota e seguir para lá. A passagem rápida por Guayaquil nos deixou excelente impressão desta cidade: a limpeza das ruas, o desenvolvimento e a sua beleza. Já Montañita é apenas uma famosa vila de Hippie chique (muitos europeus), que tem apenas uma praia sem qualquer atrativo especial e muitos bares. A nossa passagem por lá somente valeu à pena para descansar do forte ritmo que viemos até aqui.



MONTAÑITA A PUERTO LAGO - Equador - 05/07/2014

Para sair de Montañita tinhamos duas opções: ir pela costa para o norte ou voltar um pouco por Guayaquil e seguir pela Panamericana até a fronteira com a Colômbia. Fomos orientados pelos locais a seguir pela costa que seria mais bonita, menos trânsito de caminhões, etc. De fato o movimento de veículos é bem menor que pelas vias principais, mas pegamos uma estrada com muitas curvas e pequenos vilarejos com quebra-molas, o que nos fez manter um ritmo muito baixo. Decidimos passar ao largo de Quito, mas é necessário subir uma montanha com estrada muito perigosa devido as inúmeras curvas, caminhões subindo muito lento, claro, ou descendo em velocidade muito maior que a mínima segurança permitiria e invadindo a faixa; como se não bastasse tudo isso, tinha uma terrível neblina que não nos permitia enxergar mais que 10m e um terrível frio. Querem mais? Encontramos pelo menos dois caminhões parados na pista, e sem luz!!! Após o extremo estresse, seguimos adiante ainda com vontade de alcançarmos a fronteira Equador-Colômbia; no caminho passamos por regiões incrivelmente bonitas, agora nas montanhas, cujas faces estão aproveitadas por áreas simétricas, com plantações com diversas cores, quase até o cume. A cerca de 120km da fronteira, aproximadamente às 17:00h, passamos por um local belíssimo, com um lago - Laguna San Pablo - cercado por montanhas e com uma cidade circundando o lago, chamada Puerto Lago: neste momento disse para Helder, "vamos dormir aqui, ou teremos que viajar à noite". Foi muito feliz este achado, pois ficamos em um hotel de primeira à beira do lago, que vale à pena voltar para ficar alguns dias.



PUERTO LAGO, EQUADOR A EL BORDO, COLÔMBIA: 405Km - Equador-Colômbia - 06/07/2014

Saímos descansados e com vontade de ficar mais tempo em Puerto Lago, mas queriamos "fazer" a fronteira, que fica a 120Km, em Tulcan, mas tivemos que andar por um desvio de cerca de 50Km através de uma estrada secundária, já que a Panamericana estava com um grande trecho interrompido. Na fronteira outra surpresa positiva: as estruturas em ambos os lados é moderna e foi muito rápida a burocracia de saída do Equador. Na entrada para a Colômbia demorou menos que o esperado, mas como de praxe, tivemos que fazer cópias de todos os documentos nossos e das motos. É preciso ter muita atenção com as dezenas de pessoas oferecendo fazer câmbio de moedas, pois se aproveitam do fato de estarmos entrando em país desconhecido, com exigências de vários documentos e necessidade por dinheiro local, para o básico: comida e gasolina, já que muitos postos de gasolina não aceitam cartão de crédito internacional. Sob esta pressão alguns se aproveitam e fazem o câmbio digitando o valor errado, e a consequente conversão a menor. Na Colômbia é exigido o pagamento de um seguro chamado SOATE, contra danos a terceiros, que nos custou U$ 50.00 por moto. Todo o processo de saída de um país e entrada no outro demorou cerca de 2 horas. Seguimos viagem com intenção de alcançarmos Popayan, mas já vimos que as previsões nem sempre se concretizam, muitas vezes devido as condições das estradas, não apenas o estado de conservação, mas principalmente, o seu traçado (curvas, montanhas, etc). Aqui na Colômbia as estradas não tem sido tão boas quanto no Perú e Equador, mas a maioria sob obras constantes de reparos ou mesmo duplicação. Vimos, com frequencia, vários destacamentos do exército colombiano guarnecendo estradas e pequenas cidades. Ao pararmos em uma vila para abastecimento, o gerente do posto disse-me para não dirigir depois das 5 da tarde e que só fossemos apenas até a cidade mais próxima (cerca de 120Km), El Bordo, para dormirmos lá pois à noite acontecem muitos ataques de guerrilheiros e assaltos nas estradas. Chegamos a El Bordo, às 17:30h, que é apenas uma pequena vila à beira da estrada, onde dormimos em uma pensão sem sequer água quente, apesar do recepcionistas ter dito a Helder que, claro havia, mas foi desmascarado quando Helder abriu a torneira do cano (não havia chuveiro) e esperou pela água quente...



EL BORDO A MEDELLIN: 650Km - Colômbia - 07/07/2014

Estrada novamente e exército presente até pararmos depois de Popayan em um pedágio, onde aproveitamos para conversar com o comandante da guarnição local, que nos disse que daquela cidade para o norte, não havia mais guerrilheiros. Enquando vestiamos as luvas, parou ao nosso lado uma GS1200 de um colombiano, James, que ia para Cali e nos orientou qual o melhor caminho para Melellin. Nos últimos 150Km antes de Medellin, subimos uma montanha que considerei uma dos trechos mais perigos de toda a viagem, depois da subida para Quito: muitas obras com pare-siga, dezenas de pequenas motocicletas fazendo loucuras, caminhões "comendo faixa" nas curvas, que são todas muito difíceis, além da insistente chuva que deixou o asfalto muito escorregadio, exigindo de nós muito cuidado, especialmente Helder, devido aos pneus da sua moto. Chegada a Medellin às 16:30h sob chuva e com o trânsito completamente engarrafado; andar nestas condições e com as malas laterais, perde-se a agilidade, o que nos obrigou a ficar rodando durante horas até encontrarmos um hotel.



MEDELLIN - Colômbia - 08/07/2014

Descanso, saída para conhecer um pouco a cidade - local de nascimento do escultor Botero, porém mais conhecida devido ao chefão das drogas, Pablo Escobar - e buscar uma solução para um problema que nos aflige desde que saímos do Brasil: como levar as motos até o Panamá. Tinhamos vontade de conhecer Cartagena e Barranquilla, de onde enviaríamos as motos de navio, mas desde alguns semanas antes da nossa partida soubemos que os poucos barcos de particulares que ainda faziam tal rota estavam interrompendo suas atividades; o único barco que encontramos recentemente, está cobrando um preço muito alto (U$ 1.100,00) por moto e motorista: além de caro, é uma viagem de 5 dias e com saídas irregulares de Cartagena. Optamos então, em uma decisão muito difícil já que não mais conheceremos Cartagena, ir até Bogotá de onde tentaremos enviar as motos de avião com a vantagem do ganho de tempo. Medellin (pronunciam "Mededin") é a segunda maior cidade da Colômbia e vem passando por um importante processo de modernização, como de resto todo o país, inclusive para tentar apagar a mancha de país produtor de cocaína; aqui as ruas são limpas, muito bem policiada, e com uma atividade comercial intensa. As favelas urbanizadas, dentro do possível, inclusive com escadas rolantes e teleféricos, para tentar inserir na vida da cidade aquelas populações.



MEDELLIN A BOGOTÁ: 485Km - Colômbia - 09/07/2014

Lá vamos nós, seguindo para o Sul, a Bogotá. Manhã fria, paramos cerca de 30 min depois para o café da manhã em um posto de gasolina e mais uma tentativa de calibrar os pneus, mas só há a mangueira, sem o manômetro; nós e as motos abastecidos, seguimos para mais uma sessão de treinamento intensivo de pilotagem em curvas perigosas. Na estrada, em um pare-siga, conhecemos Carlos que pilotava uma BMW GS800 e seguia para La Dorada, que fica a cerca de 200Km ao Sul de Medellin; fomos juntos até aquela cidade onde ele trabalha. Em La Dorada, cidade forte na pecuária, Carlos nos levou para tomarmos um delicioso e refrescante suco de morango. Ao sairmos da cidade o termômetro da moto marcava 40 graus! Sobe serra, desce serra, faz frio, faz calor e o fato é que em 1,5 hora saímos dos 40 para cerca de 12 graus centigrados. Paramos para almoçar às 14:00h e logo o meu celular tocou; era da Neo Brasil Trading, empresa que nos acessora nas questões legais e transporte das motos, nos dizendo para chegar a Bogotá antes das 16:00h para ainda embarcar as motos para o Panamá no mesmo dia. Ocorre que ainda haviam muitos trechos de estrada com somente um faixa e longas esperas em pare-siga, o que nos atrasou muito. Quando, finalmente, chegamos ao terminal de carga, já havia encerrado o expediente da aduana. Deixamos as motos na empresa que fará o transporte das motos, a Air Cargo Pack, e fomos para o hotel Ibis. No jantar ocorreu um fato engraçado; Helder com muita fome, para variar, perguntou ao garçom qual o tamanho da porção do Ceviche; o garçom respondeu que não era muito, então Helder pediu duas porções; quando veio o prato e viu a quantidade, esperneou: "Só isso? É ridículo!! Não quero!!" O pobre rapaz rapidamente retirou o prato da mesa e tratou de sair quase correndo, enquanto Helder levantava-se da mesa à procura do gerente, que veio até nós para desculpar-se; aproveitei para mostrar o meu bife sola de sapato. Saimos do hotel para lanchar numa mercearia.



BOGOTÁ - Colômbia - 10/07/2014

Cedo fomos para o terminal de carga aéreo para iniciar os trâmites burocráticos de exportação das motos da Colômbia; sim, oficialmente exportação já que as motos não sairão "por meios próprios" e sim de avião. Acompanhamos o despachante aduaneiro para dar entrada na papelada junto a aduana (o mesmo que no Brasil); os documentos foram obtidos em cerca de 2 horas e faltava apenas a vistoria do policial, mas o cachorro farejador somente estaria disponível após as 14:30h. Cerca das 16:00h chegaram dois policiais, sem o cão farejador, e com educação começaram a fazer perguntas e a fuçar todas as malas. Um deles ficou fascinado com o meu chapéu e me perguntou se eu o daria de presente; percebi que ele realmente gostou, então lhe dei: seus olhos brilharam... Com a documentação e motos vistoriadas, as nossas confiantes companheiras estavam prontas para iniciar a segunda etapa da viagem: a América Central! Voltamos ao escritório da Air Cargo Pack, quando o seu proprietário, o Sr. John Agudelo, com muita gentileza solicitou ao seu filho, o jovem Juan, para nos levar aos locais turísticos da bela Bogotá, que há poucos anos passou por uma importante revitalização física e melhoria significativa na segurança, capitaneadas por um prefeito elogiado em todo o mundo pelo sucesso obtido. No aeroporto fizemos o check in e nos foi dito pelo representante da empresa aérea que, por sermos estrangeiros, tinhamos o direito a receber o imposto que os colombianos pagam para viajar para o exterior; que beleza! Recebemos cerca de U$ 30,00 cada e fomos jantar: fizemos tudo muito devagar e por pouco, muito pouco não perdemos o vôo para o Panamá.



CIDADE DO PANAMÁ - PANAMÁ - 11/07/2014

Duas gratas surpresas foram o Equador e a Colômbia; tidos com países subdesenvolvidos e pobres pela nossa ignorância, na realidade se mostram como nações que estão em busca da modernização e desenvolvimento, facilmente identificados em suas estradas, cidades mais limpas, agricultura forte e pouca pobreza aparente nas grandes cidades, onde não são vistos pedintes e desocupados em quantidade como estamos habituados a ver no Brasil. Chegada à Cidade do Panamá pouco antes da meia-noite; burocracia de entrada rápida e sem problemas, seguimos para o Hotel. Dia seguinte voltamos ao aeroporto, terminal de carga, para recebermos as motos e dar inicio ao que imaginávamos ser uma via crucis: como estávamos errados! Tudo durou pouco mais que 2 horas, inclusive os 4 carimbos que a burocracia panamenha exige. Que bonita é a Cidade do Panamá! Com população de pouco mais de 1 milhão de habitantes, edifícios modernos e muitos casinos, sua história recente - e a do país - se confundem com a construção do Canal, obra de engenharia muito interessante que completa em 2014 cem anos da passagem do primeiro barco por suas comportas. O Panamá é o segundo país - o primeiro foi Equador - por onde passamos onde a moeda é o dólar americano; coincidência ou não, são os países que nos deram a impressão de melhor desenvolvimento entre os que já visitamos nesta viagem. Inciamos muito bem a segunda etapa desta aventura: vamos lá, América Central!!



CIDADE DO PANAMÁ A RIO CLARO (COSTA RICA): 527Km - Panamá e Costa Rica - 13/07/2014

Deixamos a Cidade do Panamá com vontade de ficar mais dias: é uma cidade interessante, com uma perfeita mistura entre o moderno e a preservação das construções dos anos 50/60, povo alegre e receptivo, além de possuir uma cozinha deliciosa onde se come bem em qualquer lugar. Nota-se em todo o país uma forte influencia americana - que deteve o controle do Canal até 1999 - onde são vistos várias redes de restaurantes e supermercados daquele país, inclusive em cidades menores. Os característicos ônibus com pinturas em cores fortes e motivos locais, são os mesmos ônibus escolares americanos que são comprados usados do Tio Sam e são reformados para servirem em linhas urbanas e interurbanas e que, via de regra, pertencem aos próprios motoristas. A caminho para Costa Rica andamos mais de 250Km em pista dupla na rodovia Interamericana e cerca de mais 250Km em longos trechos com asfalto de má qualidade. Chegamos à fronteira, Paso Canoas, aproximadamente às 16:00h; procedimento de saída do Panamá relativamente fácil e rápido mas para entrar na Costa Rica nos deparamos com os mesmos burocratas de sempre nos exigindo inúmeras cópias de todos os nossos documentos e das motos. Ocorre que era domingo e ainda por cima final da copa do mundo de futebol: imaginem a dificuldade para encontrar local para fazer as cópias e depois esperar e esperar o fim do jogo pois os fiscais da fronteira simplesmente desapareceram dos seus postos para, claro, assistir ao jogo. Ao final de aproximadamente 3 horas, seguimos para Rio Claro, a 35km da fronteira, onde dormimos; a caminho desta cidade vimos picos de montanhas cobertos por nuvens que acompanhavam o relevo como se fosse uma cobertura de algodão doce (veja foto ao lado; clique para ampliar).



RIO CLARO A SAN JUAN DEL SUR (NICARÁGUA) - COSTA RICA E NICARÁGUA - 14/07/2014

"Brasileiros? Ah, que pena, foram muito mal na Copa, perderam de 7 x 1 para a Alemanha". Foi assim que o policial que nos parou em um posto de checagem de fronteira, poucos quilometros depois de sairmos de Rio Claro, nos cumprimentou e ainda brincou apontando para o número total de malas (sete) que carregávamos em nossas motos. A Costa Rica tem uma orla bonita, com florestas fechadas e algumas poucas cidades com resorts. Paramos em uma das praias para fotos e observamos que a areia é muito escura e densa, provavelmente de origem vulcânica. Não nos interessou ficar na Costa Rica, então seguimos direto para a fronteira com a Nicarágua, onde conhecemos um professor de música da Universidade de Granada, que nos sugeriu que fossemos dormir nesta cidade colonial, que fica a cerca de 110Km da fronteira. Ocorre que, para variar, os trâmites de fronteira foram demorados, especialmente para entrada da Nicarágua, onde cobraram tudo que podiam: U$ 6,00 para aspersão de produto para proteção fito-sanitária nas motos; U$ 1,00 para um carimbo que não servia para nada e mais cerca de outros U$ 50,00 entre seguro, fotocópias, etc (veja foto com parte da papelada exigida). Assim, cerca de 2 horas depois, já próximo das 17:00h, seguimos para dormir em uma cidade mais próxima - San Juan del Sur - que fica em uma enseada no Pacífico. A caminho desta cidade, passamos pelas margens do enorme Lago Nicarágua, de onde sopravam fortes ventos que nos obrigaram a andar com as motos bastante inclinadas. O lago é tão grande que não se viam as suas margens, o que nos fez imaginar que seria o mar.



SAN JUAN DEL SUR A CHOLUTECA (HONDURAS) 385Km - Nicarágua e Honduras - 15/07/2014

San Juan del Sur é uma pequena cidade às margens de uma enseada com inúmeras pousadas, bares com música ao vivo, etc. Em um dos lados da enseada há uma elevação de onde se pode ver toda a cidade, que visitamos para fotos e logo depois seguimos viagem. Estamos decididos a evitar as grandes cidades da América Central, exceção à Cidade do Panamá, devido as informações de violência fornecidas pelos próprios moradores. Manágua, a capital, estava fora do nosso roteiro porém a estrada Panamericana nos obrigou a passar por seus arredores. O forte calor úmido que vem nos acompanhando desde o Panamá, e tornado a viagem mais cansativa a cada dia, está especialmente mais forte na Nicarágua; enquanto seguiamos com todo o desconforto, as pequenas e pobres cidades se sucediam, mas aqui também se observa o esforço do país para melhorar a malha rodoviária que está sob manutenção, porém com muitos trechos sem asfalto, obrigando-nos a praticar o fora-de-estrada com frequência, o que para Helder é uma novidade. Passamos por um longo segmento da estrada onde no lugar do asfalto havia areia e pedras soltas o que tornam a pilotagem muito difícil, especialmente com as motos pesadas, já que há a tendência do pneu da frente afundar e perder o controle: muitas vezes ouvia no rádio Helder gritar "porra, vou cair!!!" E eu respondia, "não frei, acelere, fique em pé e jogue o corpo para traz!!!" Aula prática de fora-de-estrada; não foi fácil... Mais uma fronteira com todos os seus burocráticos, lentos e repetitivos processos. Desta vez algo inusitado: ao pararmos as motos para dar saída da Nicarágua, aproximou-se de nós um simpático e gordinho garoto de cerca de 12 anos se oferecendo para nos ajudar na burocracia; pedi a ele para ficar olhando as motos, mas ele já tinha um amigo para fazer isto; o que queria mesmo era nos orientar com os papéis e foi logo dizendo tudo que precisava ser feito; no final perguntei se ele sabia o que fazer para entrar em Honduras, ele respondeu positivamente e disse que nos aguardaria do outro lado da fronteira e saiu correndo para atravessar a ponte que separa os dois países. Carlos é um garoto muito inteligente e que realmente nos ajudou muito com a sua simpatia e esperteza; não o esquecerei e aos seus amigos comandados (veja foto). Fim de tarde e orientação do simpático policial aduaneiro de Honduras, que deu-nos boas vindas ao seu país, porém nos disse para não seguir viagem depois do por-do-sol. A próxima cidade, Choluteca, fica a 45Km da fronteira, mas a noite já estava caindo e ficamos sem muitas opções já que onde estávamos não havia qualquer alojamento; decidimos seguir já que a distância não era grande, mas foi pavoroso pois logo escureceu e a estrada tinha muitos buracos, além do medo de assalto. Em Choluteca tivemos grande dificuldade para encontrar hotel disponível; após quase uma hora indo de hotel em hotel, encontramos um na entrada da cidade, sem água quente, mas também não seria necessário pois estávamos numa das cidades mais quentes que já passamos. A explicação para tantos hotéis sem vagas é que não se viaja à noite por aqui.



CHOLUTECA A SAN SALVADOR (EL SALVADOR): 305Km - Honduras e El Salvador - 16/07/2014

Às 07:30h, hora que deixamos o hotel, a temperatura já estava em 32 graus, inacreditável! Apesar do dia que prometia ser difícil por conta do calor, estávamos decididos a atravessar El Salvador e dormir em alguma cidade já na Guatemala. Durante o trajeto paramos muitas vezes para hidratar, e comer frutas, especialmente melancia, o que nos fez chegar às portas de San Salvador às 16:40h, mas não havia planos para ficar. Paramos em um cruzamento para perguntar a um senhor qual o melhor caminho para a fronteira e logo parou uma pick up com um jovem, Riki Gusman, que também é motociclista, nos dizendo para não parar para fazer perguntas nas estradas por ser muito perigoso, nos aconselhou a não seguir para a fronteira àquela hora e nos levou até um hotel. Conhecemos muito pouco, mas San Salvador nos pareceu um cidade limpa e com excelente pavimento nas ruas. Certamente os belos países da América Central, com sua gente simpática e acolhedora, merecem ser melhor conhecidos. Mas, numa viagem como a nosssa, onde o tempo é escasso e os riscos inerentes elevados, não podemos fugir à programação muito menos elevar os seus riscos ao ficarmos muito tempo expostos com motocicicletas que chamam à atenção de todos em locais reconhecidamente perigosos pelos próprios moradores. Por estes motivos a intenção de seguir adiante.



SAN SALVADOR A CIDADE DA GUATEMALA: 252Km - EL SALVADOR E GUATEMA - 17/07/2014

Bum, pufffffff "Caralho, fodeu, o pneu furou!!!" Ouvi o estouro do pneu dianteiro da moto de Helder e o seu desespero pelo rádio, 15Km depois de entrarmos na Guatemala e poucos segundos depois de comentarmos que o asfalto estava escorregadio e com buracos. Felizmente Helder conseguiu equilibrar a moto graças à sua habilidade e a baixa velocidade com que estávamos naquele trecho; o buraco que estava exatamente no meio da pista e em uma curva, não era tão profundo, porém tinha a borda cortante que simplesmente destruiu o aro dianteiro e amassou bastante o traseiro, a ponto de também esvaziar este pneu. Ficamos literalmente "no mato sem cachorro" com as motos estacionadas na frente de uma cancela, na entrada de uma fazenda, pensando quais as melhores opções para resolver o sério problema. Minutos depois do ocorrido chegou uma pick up com dois senhores, pai e filho, que são os donos da fazenda onde estávamos e logo se prontificaram para nos ajudar: Marco, o dono da fazenda, ligou para um amigo, Orbin Lima, que faz transporte em sua pick-up (aqui chamam de picúpe). Com a moto na "picúpe" seguimos para a Cidade da Guatemala, por onde não pensávamos em passar e que fica a cerca de 150Km de onde estávamos. Importante dizer que até o momento somente encontramos pessoas dignas, de excelente coração e dispostas a nos ajudar a todo momento que necessitamos. Como agradecimento, dei a Marco um chapéu Panamá que comprei para o meu pai - recebi um forte e caloroso abraço dele - e Helder presenteou o dele para o pai de Marco. Fui acompanhando o ritmo lento da "picúpe" de Orbin sob um sol escaldante, enquanto Helder ia dormindo na cabine. Ao entrar na Cidade da Guatemala logo vimos, por nossa sorte, a concessionária BMW onde deixamos as motos: a minha para revisão e a de Helder a troca das suas rodas e revisão.



CIDADE DA GUATEMALA E ANTIQUA - GUATEMALA - 18/07/2014

Enquanto as motos estavam na concessionária fomos conhecer a cidade de Antiqua, a capital da América Central Espanhola antes da independência dos países, e uma das antigas capitais da Guatemala. Esta cidade, que fica a cerca 120Km da Cidade da Guatemala, é cercada por dois vulcões: um deles ainda ativo, que chamam de vulcão de fogo, e outro inativo, que chamam de vulcão de água, que destruiu a cidade em 1541. Antiqua foi novamente devastada em 1717 e em 1773 por terremotos; na última vez os espanhóis resolveram mudar a capital para onde hoje é a Cidade da Guatemala. Há em Antiqua inúmeras e belas ruínas de igrejas e conventos, mas conta também com muitas casas coloniais bem preservadas. Nas ruas há muitos índios vendendo artesanatos. A Cidade da Guatemala, como de resto as capitais da A. Central que visitamos, são modernas e com vida ativa e conforto / consumo similar a qualquer outra grande cidade; o que chama à atenção é o contraste com as pobres cidades do interior. Não pudemos deixar de notar também os seguranças, todos armados com escopetas, em cada negócio da cidade: postos de gasolina, farmácias e lojas em geral. Infelizmente, a Guatemala é um dos países mais violentos do mundo.



CIDADE DA GUATEMALA A TIKAL: 535Km - GUATEMALA - 19/07/2014

Com as motos revisadas, seguimos para Tikal, onde ficam as ruínas da maior cidade Maia conhecida. A viagem foi sem novidades e chegamos a Tikal aproximadamente às 15:30h, tempo suficiente para irmos diretamente visitar ruínas: é simplesmente fantástico!! Com algumas construções milenares (400 anos AC), esta cidade Maia está quase totalmente escondida por uma densa floresta tropical - reserva biosfera Maia - e conta com belíssimos templos com longas escadarias, praças cercadas por prédios, etc. De fato um verdadeiro privilégio estarmos conhecendo as principais civilizações da América pré-colombiana: os Incas no Perú e agora os Maias com todos os seus mistérios. Tinhamos a opção de ir dormir em Flores, mas devido a hora resolvemos ficar em um dos três resorts de luxo que ficam às margens do parque: como sempre, perguntamos se havia água quente e internet; como sempre responderam que sim, só que "esqueceram" de dizer que só havia energia elétrica entre 18:00h e 22:00h. Não preciso contar o que passamos: mosquitos, calor, água fria...e cerveja morna.



TIKAL A PALENQUE MÉXICO: 393Km - GUATEMALA E MÉXICO - 20/07/2014

GPS não deve ser seguido como cachorro de cego, mas às vezes "desobedecê-lo" pode custar muito caro; e foi exatamente o que ocorreu pela segunda vez nesta viagem. Ainda no hotel na Cidade da Guatemala, dois dias antes, pedimos informações da gerente que de posse de um mapa nos mostrou por onde entrar no México, a partir de Tikal, e nos alertou que havia um trecho da estrada sem asfalto; para tirar a dúvida pesquisamos no Google que mostrou uma estrada totalmente asfaltada. O que de fato ocorreu é que na saída da cidade de Flores entramos numa estrada sem asfalto e logo duvidamos se seria aquela seria a correta então resolvemos perguntar, não somente a uma, mas a duas pessoas qual o caminho para a fronteira e disseram que seria por outra estrada diferente da que o GPS mostrava; resolvemos seguir a orientação dos locais. Resultado, andamos cerca de 40Km em asfalto e cerca de 75Km em uma péssima estrada de terra, que termina em uma vila à beira de um rio - Rio Usumacinta - que serve de fronteira entre a Guatemala e o México; detalhe, não há ponte! Pior que a ausência da ponte é a ausência de um atracadouro; o que há é apenas uma longa escada que dá acesso ao rio e lá embaixo do barranco algumas canoas. O dono de uma delas topou transportar as motos, mas disse que o problema seria descê-las até o rio, o que foi resolvido contratando quase todos os homens e meninos do local para equilibrar as motos de cada lado enquanto Helder, montado, ia tentando frear: confesso que preferi ter voltado os 75Km de terra para seguir pela estrada correta. Travessia feita - e muito celebrada! - e já estamos no México para dar início a terceira etapa da viagem: América do Norte. O primeiro país onde foi muito simples fazer a entrada: somente um carimbo nos passaporte e pronto, mas o fiscal alertou para irmos na próxima cidade onde há aduana para dar entrada nas motos. Na pequena cidade-fronteira não havia posto de gasolina e nem nos próximos 160Km; como não tínhamos gasolina suficiente, fomos procurar se alguém vendia. Encontramos uma senhora em um pequeno mercado que fornecia o produto, mas surgiu outro problema: não tínhamos pesos mexicanos e ela não aceitava dólar e nem cartão de crédito: querem mais, ou chega por hoje? Lá vamos nós tentar achar quem possa fazer câmbio. Após tudo resolvido, seguimos para a cidade de Palenque onde dormimos, mas não sem antes bebermos saborosas e legítimas margaritas à beira da piscina.



PALENQUE A VERACRUZ: 615Km - MÉXICO - 21/07/2014

Já que o fiscal da fronteira no México havia dito para darmos entrada nas motos na aduana mais próxima, fomos ao aeroporto em Palenque onde havia uma e ficamos das 08:30h até às 10:30h e o responsável não apareceu; aliás o aeroporto inteiro é um grande elefante branco, pois nas duas horas que lá ficamos não pousou ou decolou nenhum avião. No aeroporto nos disseram que haveria uma nova aduana a cerca de 25km e resolvemos seguir para lá, já que fazia parte do nosso trajeto para Veracruz. Ao chegarmos nos deparamos com uma enorme estrutura com prédios recém construídos, mas haviam apenas dois soldados do exército num "bunker" guardando o local, que ainda não estava funcionando. Seguimos um pouco preocupados para Veracruz, já que nossas motos, teoricamente, estavam rodando ilegalmente no México. A viagem até Veracruz transcorreu sem problemas por boas estradas com grande fluxo de enormes caminhões em direção ao norte, levando mercadorias para o Tio Sam. Em Veracruz, uma grande cidade com refinarias de petróleo, fomos ao aeroporto buscar informações e o fiscal disse para tentarmos a aduana do porto... Após uma breve conferência entre nós, resolvemos não mais buscar outra aduana e tentar resolver o "problema" da regularização das motos na saída do México e fomos procurar hotel, pois já era noite.



VERACRUZ A BROWNSVILLE: 1.016Km - MÉXICO E ESTADOS UNIDOS - 22/07/2014

Nossa passagem pelo México foi meteórica e sem qualquer prazer, já que à medida que avançavamos as dificuldades e o medo aumentavam. Nas conversas com moradores nas cidades e nos postos de gasolina, e mesmo com soldados - muito presentes - do exército, nos diziam para não pararmos em lugares pequenos, não falar de onde viemos ou para onde vamos, viajar durante o dia e em estradas muito movimentadas, etc, etc. São cuidados que devemos ter em qualquer lugar, é claro, mas aqui o perigo era real e sentido de forma bastante opressiva; aliado a tudo isso havia o fato de não aceitarem cartão de crédito nas postos de gasolina, além de não termos visto qualquer cidade interessante em nosso trajeto. Haviamos planejado dormir a 150Km antes da fronteira com os Estados Unidos, numa cidade chamada San Fernando, mas para a nossa sorte fomos parados numa barreira do exército a poucos quilômetros de lá e o comandante da guarnição nos disse de forma bem clara para fazermos um esforço e seguir até Matamoros, fazer a fronteira e dormir já em Brownsville, USA. Interessante que escolhemos viajar no México pela costa do Atlântico para aproveitar a belezas do Golfo e, principalmente, evitar o centro e o oeste deste país, regiões mais violentas, mas parece que o problema está muito mais grave do que parece e as cidades por onde passamos na costa não nos pareceram interessantes. Conselho dado e seguido: a saída do México, do ponto de vista burocrático, foi fácil e sem qualquer problema com a falta de documentação de entrada das motos (preocupação desnecessária que tivemos); sem problemas também na entrada aos Estados Unidos.



BROWNSVILLE A SAN ANTONIO: 454Km - Estados Unidos - 23/07/2014

Na noite anterior, ao estacionarmos no hotel, vimos que o pneu traseiro da moto de Helder estava baixo e aguardamos para fazer o conserto hoje com o kit "tarugo": interessantes que o pneu furou com um pequeno pedaço de pedra pontiaguda. Deixamos o medo que sentimos no México de lado e partimos para aproveitar o que Tio Sam pode oferecer: a primeira delas é a estrutura e excelente qualidade das estradas. Chegamos a San Antonio no início da tarde e fomos conhecer, entre outros pontos turísticos, o Álamo, onde cerca de 200 colonos americanos perderam a vida numa batalha em 1836 contra o general Santana do México, e este país, como consequência, perdeu poucos anos depois uma enorme extensão do seu território para os Estados Unidos, incluindo o que hoje correspondem aos estados da Califórnia, Novo México, Texas, entre outros, marcando de fato a expansão territorial americana.



SAN ANTONIO A ROSWELL: 965Km - Estados Unidos - 24/07/2014

O Texas, apesar de famoso, não tem muitas belezas naturais para mostrar: na realidade grande parte do seu território é um deserto seco, pedregoso e quente. Fomos dormir em Roswell, Novo México, onde exploram turisticamente uma pretensa queda de um UFO em 1947 na região, num dos mais famosos casos da ufologia mundial. Na realidade, o(a) único(a) ET que vimos por lá foi a jovem recepcionista do hotel que fez uma enorme cara de espanto ao saber que existia um país chamado Brasil, em um continente denominado América do Sul, que lá as placas das motos tem 3 letras e 4 números(!!!) e que dois dos seus moradores estavam na sua frente falando com ela... Em Roswell há museus e monumentos dedicados à Ufologia.



ROSWELL A WILLIAMS: 911Km - Estados Unidos - 25/07/2014

As estradas aqui nos permitem fazer grandes distâncias sem muito cansaço físico: exceto pelo calor de até 45 graus nas regiões de deserto e as comidas terríveis que estamos enfrentando. No Arizona visitamos a floresta petrificada e a incrível e gigantesca cratera fruto do choque de um meteoro com a Terra há cerca de 50.000 anos. Em seguida rumamos para Williams, no estado do Arizona, que é uma pequena e interessante cidade às portas do Grand Canyon e está no trajeto da lendária Rota 66. Foi difícil achar hotel com vaga disponível nesta cidade, por ser fim de semana de verão e a presença de grande número de turistas para visitar as atrações da região.



WILLIAMS - GRAND CANYON - Estados Unidos - 26/07/2014

Dia para visitar esta maravilha da natureza que é o Grand Canyon; simplesmente fantástico! Para mim foi uma emoção especial ver toda aquela beleza, pois fui acometido por um saudosismo que levou-me à infância e aos filmes de "cobói" que assistia no cinema em Itabuna. O Grand Canyon fica em um parque com extensão de mais de 400km e tem várias diferentes atrações que, infelizmente, não seria possível conhecer em apenas um dia. Mas o que vimos foi suficiente para marcar as nossas memórias. Número grande de turistas e muitas motos Harley-Davidson que aqui nos Estados Unidos dominam, disparado, a cena.



WILLIAMS A SALT LAKE CITY: 1.019Km - Estados Unidos - 27/07/2014

Rumo em direção ao oeste, para visitarmos uma das mais famosas represas dos Estados Unidos, a Hoover Dam, que fornece água e energia para a grande região de Las Vegas. Depois da visita à represa passamos por parte do deserto do Mojave indo para Las Vegas: o calor foi quase insuportável (48 graus) nas proximidades desta cidade; como se pode viver aqui? Depois de Las Vegas, a estrada tomou rumo ao norte, para Salt Lake, onde chegamos no final da tarde.



SALT LAKE CITY - Estados Unidos - 28/07/2014

Ficamos aqui um dia para descanso e para sacar dinheiro. Interessante que como a quantia era relativamente elevada, não foi possível sacar nos caixas eletrônicos e, após muito procurar, descobrimos que não há nessa cidade agência do banco de Helder; ele, já em quase desespero, entrou em um outro banco qualquer e perguntou se podia sacar: para sua surpresa foi possível e sem qualquer "burocracia", o que mostra as facilidades que este país oferece. Salt Lake nos pareceu apenas mais outra cidade-padrão americana, mas o estado de Utah nos ofereceu belíssimas paisagens; a estrada que atravessa o estado foi construída em um enorme vale com montanhas distantes, que nos dá uma incrível sensação de amplitude.



SALT LAKE A YELLOWSTONE: 694Km - Estados Unidos - 29/07/2014

Com muito prazer atravessamos parte dos estados de Utah, Idaho e Wyoming com seus incríveis vales, montanhas, florestas perfumadas - uma deliciosa fragância de ervas e pinho - e grandes lagos, até chegarmos ao Parque Nacional de Yellowstone, outra obra especial da natureza que tivemos o privilégio de conhecer, onde a cada metro um visual arrebatador nos fazia parar para apreciar e sacar fotos. Na entrada de Yellowstone fomos informados que não havia vaga nos hotéis e cabanas dentro do parque; apesar disso resolvemos conhecer o que fosse possível e seguir para a próxima cidade às suas margens, West Yellowstone para tentar hospedagem. Uma chuva fina, insistente e muito fria nos acompanhou durante as duas últimas horas no parque, até chegarmos à pequena cidade encharcados e com muito frio ao cair da noite.



WEST YELLOWSTONE A CALGARY: 947Km - Estados Unidos e Canadá - 30/07/2014

Deixamos West Yellowstone às 06:40h sob densa neblina e temperatura de 7 graus, que logo caiu para 3 graus! Pilotar moto nestas condições é realmente terrível; o que diminuia um pouco o sofrimento eram as paisagens maravilhosas que Yellowstone ainda tinha para nos mostrar. Ao sairmos, quase abruptamente, do ecossistema Yellowstone a temperatura começou e elevar-se para confortáveis 22 graus, enquanto a geografia mudava rapidamente também. Mais ao norte, e durante muitos quilometros, seguimos as curvas do famoso rio Missouri. Chegamos à fronteira USA-Canadá às 14:20h; os trâmites não demoram mais que 10 minutos, mas o fiscal não foi nada educado.



CALGARY - Canadá - 31/07/2014

Ficamos em Calgary um dia para descansar e fazer manutenção das motos: fomos até a concessionária BMW para trocar os pneus e óleo, mas disseram não ser possível fazer os dois serviços no mesmo dia, então optamos pela troca dos pneus já que tinhamos rodado até aqui cerca de 21.000Km. Nota-se em todo o Canadá uma forte presença de orientais, fato comprovado pela grande número de restaurantes chineses, tailandeses, vietnamitas, etc. Visita ao centro de Calgary, depois da troca dos pneus, com direito a almoço no restaurante giratório numa torre de onde se pode apreciar toda a cidade.



CALGARY A JASPER: 427Km - Canadá - 01/08/2014

Uma das mais belas estradas desta viagem! Imperdível o trecho de Calgary a Jasper, onde se vê uma sequência interminável de rios com coloração azul turquesa, montanhas com picos nevados, florestas de pinheiros e seu perfume inebriante; há até uma geleira à beira da estrada onde subimos para andar no seu gelo milenar, que lamentavelmente está em franco processo de degelo e caso continue na velocidade atual, supõe-se que desaparecerá em 100 anos. Os pouco mais de 400Km desta estrada deve ser visita obrigatória a todos que venham ao Canadá. O único ponto negativo foi o abastecimento das motos com a gasolina mais cara de toda a viagem; aliás, o Canadá é muito caro. Jasper, nosso destino hoje, é uma das mais importantes estações de esqui nesta parte do país; mais parece um presépio, um muito caro presépio, onde a média da diária nos hotéis é cerca de U$ 300, sem café da manhã!!



JASPER A PRINCE GEORGE: 379Km - Canadá - 02/08/2014

Paramos na região do parque Montanha Robson, cerca de 80km depois de Jasper, para um delicioso café da manhã e lá encontramos um grupo animado de brasileiros. A ideia para hoje é chegar cedo em Prince George para troca de óleo, que deveria ter sido feita em Calgary, e seguir no dia seguinte para um trecho mais longo até Prince Rupert, na fronteira com o Alsasca. Chegamos a Prince George antes das 13:00h e já nas suas proximidades sentimos um forte cheiro no ar que identificamos ser proveniente das fábricas de celulose das redondezas. A cidade é relativamente grande e parecida com uma estranha cidade-fantasma com pouquíssimos carros circulando e quase ninguém nas ruas, mas foi lá que encontramos numa loja de auto-peças, onde fomos comprar óleo para as motos, duas das pessoas mais simpáticas desta viagem: Chris e Kevin, dois motociclistas canadenses que há poucos dias foram de GS1150 até o Ártico; Kevin ofereceu a oficina em sua casa para que pudéssemos trocar o óleo das nossas motos, o que foi feito por Helder, enquanto eu cumpria o importante papel de cinegrafista... Vale à pena comentar, que por incrível que pareça, estamos tendo dificuldades para encontrar internet de boa qualidade nos hotéis tanto do Canadá como nos Estados Unidos, com as exceções de praxe. Aqui não foi diferente, e tivemos que mudar de quarto após várias reclamações, o que não resolveu o problema; justiça seja feita aos hotéis brasileiros, onde não tivemos problemas deste tipo.



PRINCE GEORGE A KETCHIKAN - 806Km - Canadá e Alasca!!! - 03/08/2014

Chegamos hoje ao nosso destino, Ketchikan - Alasca, após cruzarmos 13 países em 52 dias, incluindo o Brasil; termos percorrido cerca de 25.000Km de motocicleta em diversos tipos de estradas e mais 157km de navio de Prince Rupert a Ketchican! A sensação de termos cumprido o nosso objetivo após várias dificuldades, que felizmente foram superadas a seu tempo, é muito gratificante. Melhor ainda foi termos conhecido dezenas de pessoas, quase todas muito simples e que nos acolheram quando necessitamos; vimos cidades e lugares fantásticos que muito nos acrescentaram com suas belezas, culturas e histórias. Ficaremos uns dias em Ketchikan para depois seguirmos de ferry, numa viagem de dois dias, até próximo a Vancouver.



KETCHIKAN - ALASCA, USA 04 - 06/08/2014

Ketchikan é considerada a primeira cidade do Alasca e é importante porto por onde passam inúmeros grandes navios de cruzeiro de todo o mundo, que vem visitar este estado americano; é também considerada a capital mundial da pesca do salmão. A cidade é pequena mas o centro é movimentado devido ao grande número de turistas que aqui passam para visita de poucas horas. Fizemos um passeio em um pequeno hidroavião para os Fiordes, ilhas, baias e enseadas da região e também para tentarmos ver ursos; para isso o piloto fez três pousos em locais isolados para tentarmos, mas eles não apareceram. Passeamos de moto pelas poucas e curtas estradas que circundam a ilha e conhecemos em uma área remota, numa grande coincidência, uma carioca - Kakau - que mora aqui e possui uma loja de artesanato e o seu irmão Michel, que a visitava. A temperatura aqui varia muito durante o dia e a qualquer hora pode chover.



KETCHIKAN A BELLINGHAM (navio): 36horas - Estados Unidos 06 - 08/08/2014

Deixamos Ketchican às 17:30h em um ferry (na realidade um grande navio de passageiros e veículos) com destino a Bellingham. Viajar de navio, mesmo nas águas tranquilas do arquipélago, não nos deu muito prazer: além de monótono, - especialmente para quem acaba de viajar mais de 20.000Km de moto - não havia mais cabines disponíveis e tivemos que nos acomodar como foi possível, já que as cadeiras para os "homeless" são pequenas e com recosto fixo. Dormimos no cinema: eu no primeiro dia numa poltrona reclinável e Helder preferiu o chão no seu saco de dormir; na segunda noite retirei os assentos removíveis de 3 poltronas do cinema e fiz uma cama no chão. Curioso é que na parte superior do convés, ao ar livre, veêm-se várias barracas de camping armadas e fixadas com fita adesiva no chão do navio, com os seus ocupantes caracterizados de hippies. Ao lado, sob uma cobertura chamada solarium, haviam várias cadeiras tipo piscina transformadas em camas; houve até quem isolasse uma delas com um lençol, possivelmente para transformá-la em um ninho de amor. Apesar da aparente confusão, tudo transcorreu na mais perfeita bagunça organizada onde todos respeitavam o espaço do outro. Faltaram as redes para o navio transformar-se numa "gaiola" chique do Rio S. Francisco.



Obrigado! - Salvador - 19/08/2014

Olá pessoal, após 63 dias de viagem e quase 25.000 Km rodados de motocicleta, estamos de volta a Salvador e ao carinho das nossas famí­lias e amigos. Agradecemos a todos que de alguma forma contribuíram, incentivaram e viajaram conosco nesta aventura. Estamos à daqueles que desejarem colher mais dados acerca da viagem. Em breve postaremos novos textos, vídeos e fotos. Abraços de Luiz Pinho e Helder Gomes.